terça-feira, 18 de outubro de 2016

Primeiro Just So Brasil: Nós Fomos!!!

Aconteceu nesse fim de semana o primeiro Just So Brasil! O Just So é um festival de artes e campismo para famílias, que começou no Reino Unido há seis anos e que agora, graças a três mães corajosas e empreendedoras, acontece também por aqui!

Tive o privilégio de acompanhar de perto os preparativos, desde o começo do ano, quando o bonde já estava andando, mas ainda deu tempo de ajudar e me envolver nessa proposta que me cativou desde o primeiro instante que tomei conhecimento, através de uma dessas mães pioneiras, a Joana, que é prima do meu cunhado (ou melhor, concunhado, eita título estranho, rs...), enfim, aquelas cadeias de relações que a vida nos presenteia e que quem é sabido gratamente aceita.

Logo conheci a Maíra e a Isabela e fui me infiltrando no movimento. Elas me perguntaram o que eu sabia fazer, pra oferecer no evento, e falei das minhas habilidades manuais com crochê e também das minhas habilidades nas escritas, pra ajudar na divulgação. Fui ajudando como pude, entre uma gestação bastante desconfortável, um filho pequeno pra cuidar e uma obra em andamento.

O lema do festival foi "Somos Aventureiros" e não poderia haver um mais adequado. A começar pelas meninas - Maíra, Joana e Isabela, e a Roberta, que um pouco depois se juntou ao time de empreendedoras - as mais aventureiras de todos, que encararam o desafio de fazer um evento dessa magnitude e desse grau de novidade, sem patrocínio, contando principalmente com algumas doações, muito trabalho voluntário e a incerta renda da venda dos ingressos.


Eu também fui uma aventureira ao criar duas oficinas pra oferecer no festival, uma com fios e mãos e outra com fios e gravetos, atividades que eu nunca havia feito na vida e que consegui fazer duas ou três experiências piloto entre amigos e no Festival Arte Serrinha, também infiltrada no movimento, assim meio cara de pau, rs...

Fui uma aventureira também ao manter o combinado depois de me saber grávida e contando que estaria com trinta e tantas semanas na data do festival.


E nesse fim de semana encontrei muitos, muitos aventureiros, pais, mães, avós, avôs, bebês e crianças de todas as idades, artistas, cozinheiros e os mais diversos profissionais que se desdobraram pra nos proporcionar diversão com conforto e segurança. Tem coisas pra melhorar? Claro que tem, muitas, sempre, e essa é a graça da vida. Fazer, avaliar, mudar, refazer, seguir.

Tenho certeza de que todos que participaram dessa primeira edição do Just So Brasil voltaram pra casa com muitos pensamentos do tipo "ano que vem vou fazer assim ou assado". Muitos também devem ter voltado com vontade de falar pra organização que tal coisa não funcionou e que tal coisa seria melhor se fosse feita de tal jeito. Sugiro que você realmente fale. Use a grande diversidade de canais de comunicação que temos disponível e faça chegar à Joana, à Isabela, à Maíra e à Roberta o que você achou do festival. Eu estou preparando a minha listinha, com muito amor, pra dar esse feedback.

Por aqui só quero dizer que foi lindo, que foi mágico, que tenho uma admiração enorme por todos que trabalharam e participaram pra que esse sonho acontecesse.


E quero dizer também que apesar da chuva torrencial nos três dias que antecederam o festival (e que atrasou grande parte da montagem), do calor escaldante nos dois dias que o festival aconteceu (que deixa a todos mais cansados) e das longas filas pra comer (acho que a primeira deliberação de melhora pro ano que vem...), vi todo mundo curtindo numa boa, se ajudando, sendo cordial. Vi uma ou duas crianças em estados de crise de choro e cansaço, e olha que tinha criança lá! Não vi nenhum pai e nenhuma mãe levantando a voz. Vi muito colo, vi muito sorriso, vi muito abraço.













Claro que essa é a minha lente, o meu filtro. Não teria como eu ter olhos para tudo e para todos... só sei que me senti muito bem por lá, com barrigão e tudo!

As oficinas que ofereci tiveram uma participação que superou minhas expectativas, foi muito gratificante! Tenho sim já mil ideias pra melhorar em próximas edições, mas fiquei bem satisfeita com a estreia :)





A Duda e a Júlia fizeram a oficina de manhã e voltaram pra fazer de novo à tarde. Chegaram uma hora mais cedo e me ajudaram cortando TODOS os moldes que eu precisava!!! Muito queridas!







Outra coisa que foi legal perceber foi o interesse dos meninos e também a participação dos pais, fazendo junto com os filhos, bem no clima que a gente queria, de convívio familiar, de diversão e descobertas juntos!



Muitas das fotos que ilustram essa postagem foram tiradas pelo Lelo e pela Thássia, pais da Luna e nossos super companheiros de aventuras, desde antes da chegada dos filhotes e agora mais do que nunca, na maior aventura da vida, que é criar os filhos!





terça-feira, 11 de outubro de 2016

Chá de mim

Quando estava esperando o Joaquim cumpri todo o protocolo gestante e organizei um mega chá de bebê. Do meu jeito, claro, cheio de invencionices carolinísticas, mas um chá de bebê. Confesso que foi um tanto traumático, foi muito cansativo administrar tudo e mais um pouco com uma barriga já bem grandinha. Por mais que a gente tente facilitar, é cansativo e/ou caro! E como as energias - físicas e monetárias - estão todas indo pra construção da nossa casa, além de já termos o enxoval que guardei do Joaquim, vi que não faria o menor sentido inventar de fazer um chá de bebê. Mas ao mesmo tempo eu queria me dar um presente, uma ocasião especial de prazer e alegria... resolvi então fazer um Chá de Mim!

Isso mesmo, pensei: o que eu gosto muito de fazer, posso fazer agora, mas ficará difícil - ou impossível - nos primeiros meses com o Jorge?! Logo me veio à mente o banho Hammam do Azahar Spa, que é a minha top referência quando penso em "dia de rainha". E é algo que não dá pra se entregar por completo se tem um recém-nascido mamando em livre demanda... eu já estava quase marcando a data quando vi uma postagem da Dúnia La Luna, que é uma verdadeira feiticeira dos saberes femininos, com quem já fiz uma oficina de Medicinas Lunares e me encantei (nota especial das sincronicidades da vida: nessa oficina eu já estava grávida e nem desconfiava! E foi muito, muito mágica!). Pois bem, a postagem da Dúnia era sobre o Banho Medicina e li também no blog dela um texto lindo sobre banhos, que me cativou completamente, louca por banhos que sou!

O chamado da Natureza também falou alto. Ouvi meu corpo pedindo pra pisar na terra, nas folhas, estar sob árvores, sentir a água fria e pulsante da cachoeira, sentir o sol na pele. Como temos viajado muito pouco ultimamente percebi que precisava me abastecer de Natureza. Deixei então o Hammam de lado, não sem um certo pesar, mas a vida é feita de escolhas...

Falei com a Dúnia, acertamos os detalhes, e lá fui eu pelas lindas estradas de Joanópolis até a Casa Hetaira.

Como cheguei um pouco tarde, ela já havia preparado nosso café da manhã pra fazermos um piquenique na beira da cachoeira. E aqui vale lembrar que a Dúnia é casada com o Marcelo Papi, um cozinheiro talentosíssimo, que faz uns pães de fermentação natural e outras delícias e ele que se encarrega do café da manhã e do almoço, que merecem um relato à parte! Aguarde...

Preparamos as poções, colhemos algumas ervas e lá fomos nós. O dia estava incrível! Céu azul, sol, verdes brilhando por toda parte.

Ao chegar na cachoeira fizemos uma breve meditação e a Dúnia arrumou a mesa do lanche, que era uma mesa de pedra com musgos, coisa de fada. Tudo tão, mas tão lindo e tão apetitoso pra essa taurina comilona! Frutas, pães (de três tipos!), geleia, coalhada seca, requeijão de leite de cabra, bolinhos, chá. Tudo caseiro, tudo exalando aquele aroma de cuidado e amor que me encheu o coração de alegria por merecer tantos mimos.


Logo em seguida fomos pro ritual. Sentamos na grama, montamos uma mandala com as ervas, flores, poções, argila e oráculos. Tem uma sensibilização, um despertar do corpo, a abertura das cartas. Depois sentamos numa pedra à beira d´água e começamos o banho, com águas perfumadas, ervas, argila... cuidando dos cabelos, da pele. Folhas, pedra, água, sol. Uma simplicidade tão rica, tão profunda.


É chegada a hora de mergulhar. Água gelaaaaaaada!!! Daquelas que faz com que cada célula do seu corpo fique esperta! Que faz o sangue correr rápido e nos lembrar da vida que pulsa dentro da gente.


Sentir a pedra lisa, lavada, esculpida. A água correndo forte e rápida. E eu lá no meio, parte integrante do cenário; daquele cenário que me nutre e me lembra de onde venho.


No final secamos ao sol e finalizamos com as hidratações, massageando a pele, sentindo aromas de óleos essenciais, cobrindo o corpo de cuidado e amor.

Na volta pra casa o Marcelo estava finalizando o almoço, digno de chef, com prato lindo e tudo. Nem vou me atrever a descrever, só sei que estava delicioso! Risoto, cogumelos, abobrinha, brócolis - mas de um jeito que não é aquele que a gente faz em casa, rs... Comemos à sombra de uma árvore, com aquela luz gostosa da tarde



Voltei pra casa renovada, feliz, agradecida! E ainda ganhei de brinde um ensaio fotográfico de gestante que eu jamais teria coragem de fazer, nem na primeira, nem na segunda gravidez, hihihi!