terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Trilogia das águas

Você que me lê sabe que eu gosto de planejar as coisas. Pra mim é uma forma de fazer a experiência "render", já vivenciando antes algumas sensações, mergulhando devagar naquilo que está por vir. Mas tenho aprendido a me libertar dos planejamentos e tem sido fascinante viver o inesperado, reconhecer os planos ocultos e me entregar ao correr das águas.

Pois sim, as águas.

Nessa gestação do Jorge tive três encontros muito significativos com as águas. E foi no último que me dei conta dessa trilogia, ou seja, não foi planejada. Aconteceu. E uma das coisas lindas de quando as coisas acontecem naturalmente é que quando elas se revelam a gente solta aquele "ooohhhh" de admiração, espanto, maravilhamento.

O primeiro episódio eu já contei aqui. Foi um banho de cachoeira pra lá de especial, cheio de ritos de conexão com a natureza e com o feminino. Foi algo que eu desejei, que se mostrou e que eu agarrei. Porque a diferença entre planejar e deixar rolar, pra mim, é mais por aí. O deixar rolar não é algo solto, desconexo. Deixar rolar é enviar intenções e estar atento aos desenrolares, fluindo junto, agindo junto. Planejar estaria mais para algo que sentenciamos e "forçamos" a acontecer... por isso tem um alto risco de acabar em frustração. Afinal, por mais força que tenhamos, não somos mais fortes que o fluxo da Vida; não temos como saber de antemão os meandros por onde ele vai nos levar...


O segundo episódio da trilogia veio no embalo do primeiro. Foi um banho Hammam, o tradicional banho turco, que é composto por banho de vapor (ou sauna úmida cá pra nós, mas que eu não fiz porque não é indicado na gestação), banho de imersão (ah, nesse eu me esbaldei! Fiquei lá de moooooolho, sentindo a leveza da barriga boiando) e banho de espuma, que é aplicado por uma terapeuta e inclui uma esfoliação, a espuma e uma massagem. Coisa dos deuses! Digo que veio no embalo do primeiro porque antes do banho de cachoeira, minha intenção era fazer um Hammam, aí surgiu a cachoeira e ela me levou, mas quando contei a história, a minha amiga Marina, que tem o único SPA no Brasil que oferece banho Hammam, o Azahar SPA, me presenteou com esse banho! Mais do que isso: presenteou a mim e ao PC (marido) com o banho e com a companhia dela e do marido. Coisa linda demais passar uma tarde com esses amigos queridos, em puro deleite, cuidado e alegria! O coração transborda de gratidão e merecimento...





E o terceiro episódio foi uma sessão de Watsu! Quem me recomendou e colocou em contato com a terapeuta foi minha doula. Eu nunca tinha feito e nem sabia como era, mas fui porque sabia que era bom, rs... e como foi! A sessão dura uma hora, numa piscina quentinha, de olhos fechados, sem tocar os pés no chão, como o corpo completamente entregue aos braços da terapeuta. Se quiser saber mais, faça! Nem sei "pra que que serve", só sei que é uma sensação maravilhosa de entrega, leveza e de estar sendo cuidada e amparada.

(essa imagem é do Google, rs... só pra ilustrar)

E agora no final, quando a trilogia se apresentou, percebi que uma mãe terra gestando um filho fogo precisaria mesmo do amparo das águas... fazer-me barro para então deixar-me queimar, na eterna transmutação alquímica da Vida.




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